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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

que bolachada!


Estava eu a ouvir “My October Symphony” quando se me apoderou uma vontade de ir ao Bar da Praia, local que, à semelhança de muitos poveiros, abandonei por falta de condições para um atendimento minimamente aceitável.
De recordar aos poveiros que o Bar da Praia constitui, nesta altura, um mamarracho que combina o que de pior existe em hotelaria com as salmonelas que banham docemente a costa poveira.
É impossível ficar indiferente.
Muito bem. Estava na hora de revisitar o dito.
Já acautelado com os preços exorbitantes lá praticados, preveni-me com o velho pacote de bolachas de baunilha, o qual associado a um “perna de pau”, que lá tem preço tabelado, constitui basicamente o denominado “bolo de bolacha”, em minha modesta opinião.
A crise económica não está para menos. É necessário poupar.
É sempre o povo que tem de poupar e eu faço parte do povo.
Não sou um proletário como o Karl Marx Queiroz, o Tocado da Costa ou o Aurora Cunha Machado, para além de outros da CDU, mas sou poupado.
Aliás, pensei imediatamente nos casos de Macedo Vieira e Aires Pereira.
São para mim uma referência.
Não é qualquer homem que consegue enriquecer à custa do engano de milhares de poveiros.
Temos de lhes dar mérito.
Os poveiros, no caso de Macedo Vieira, já são enganados há 14 anos e pelo Aires Pereira há 18. É verdade pá! Tu quando nasceste já o Aires Pereira lá estava. É incrível a forma como o povo se deixa manipular.
Ainda me lembro de ambos:
Aires Pereira, quando entrou para vereador em 1990, também comia bolachas de baunilha e pernas de pau e agora é um homem rico.
E Macedo Vieira não é muito diferente.
Ambos com as suas quintas, os seus apartamentos, os seus automóveis, as suas gordas contas bancárias, as suas aplicações financeiras, em nome próprio e de terceiros, constituem, para qualquer defunto* que se preze, um exemplo a seguir.
A diferença entre ricos e pobres está na habilidade para enriquecer.
Não existem aqueles que ficam contentes só por o filho ou a filha terem conseguido o emprego na Câmara, que passam a endeusar os referidos só porque viram o descendente supostamente a realizar-se profissionalmente, mesmo que à custa do talento de outros que foram preteridos?Quem quiser que se safe, já diz o meu amigo Caveira.
E aqueles outros que sabem que a filha está a ser vítima de assédio sexual do Kalisto e nem por isso se importam.
Há gente que se sente rica com pouco. E depois andam aí a bajular os parasitas autárquicos, como foi o caso daquele que se apelidou de socialista e veio para o Comércio da Póvoa dizer que votaria em Macedo Vieira, um tal de Rodgério Samora Machel, ou coisa que o valha. Coitado! Até me disseram que ele estava meio gagá, mas eu não acreditei, sempre com a minha boa fé.
Esses nunca hão-de ser ricos, apenas porque não o merecem.
Ficar rico, como político, exige talento, mesmo que esse talento não seja notório.
As mesas de voto falam por si.
Munido das minhas bolachas lá fui para o bar da praia.
Ainda encontrei o Jaiminho pelo caminho.
Eh Tony pá. És o gaijo mais verde da Póvoa, pá!
Verde é a tua prima lambedor. Verde porquê pá?
Num andas de carro meu. És o único gaijo da Póvoa que num anda de carro. Assim dás prejuízo ao Macedo Vieira, meu, e ao Jacinto dos Talhos!
Vai trabalhar malandro! Disse-lhe eu antes que lhe espetasse duas bolachas.
Chegado ao destino dou com o nariz na porta, em sentido lato, ou seja, encostei o nariz à porta. Nas redondezas só vi três gajas escarranchadas das pernas. Pensei que deveriam ser chinesas.
Nem vivalma! Do tão falado bacalhau da Noruega de Guimarães nem sinal.
Ainda estive para bater palmas, no velho estilo manuelino, agora que uns palhaços tiveram a ideia de ressuscitar o espírito……
FECHADO PARA FÉRIAS DO PESSOAL.
REABRE DIA 30 DE NOVEMBRO.
Este energúmeno agora dá férias. O esganado! Pensei eu.
Regressei. No caminho encontro o Recoveiro.
Recoveiro! Está fechado o bar?
Está fechado meu menino. Foi a ASAE que veio aí fazer uma fiscalização.
Agora percebi. Finalmente alguém deu ouvidos ao que aqui se escreve.
Ainda estive para ir ver a segunda parte do Varzim-Olhanense, mas tive medo de cometer um assassinato via Internet na pessoa do treinador Luís Diamantino Miranda, um feliz exemplo de que a mediocridade é paga a peso de ouro.

* "Defunto" no sentido de "mortal", acho eu.

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